limbo dos sonhos

Porque todos nós sonhamos... nem que seja por um momento apenas!

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Localização: Gondomar, Porto, Portugal

Sou apenas mais uma, daquelas que prefere a luz às sombras!

domingo, janeiro 28, 2007

Feeling good

"Birds flying high
You know how I feel
Sun in the sky
You know how I feel
Reeds driftin' on by
You know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Fish in the sea
You know how I feel
River running free
You know how I feel
Blossom on a tree
You know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done, that's what i mean
And this old world
Is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine
You know how I feel
Scent of the pine
You know how I feel
Ohh freedom is mine
And I know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me And
I'm feeling good"

Michael Bublé

sábado, janeiro 13, 2007

Fomos actores a sério


Tu nunca me abraçaste assim!

Por momentos, pensei que tinha voltado no tempo, pensei que não havia mais nada!

Estava quente, abafado… Algures lá fora, sei que estava frio, pico do Inverno triste e solitário!

Sem saber como ou porquê, o palco onde sempre quis ser a actriz principal, prendeu-me num momento antagónico, agarrou-me a um momento de uma angústia incontida!

As cadeiras estavam vazias, completamente despidas de aplausos e de glórias! O auditório, silencioso! Um silêncio pesaroso que nos faz dobrar os ombros com o peso… Luzes apagadas! Nada de brilhos!

Sentei-me sobre mim mesma no centro da enorme prancha de lançamento para o mundo do espectáculo, dos palcos, dos sonhos sempre possíveis! Abracei-me, e tentei esconder bem no fundo do coração, do olhar, de mim, toda a raiva, todo o ódio, toda a mágoa… Não de ti, não de mim mas de tudo!

Naquele momento eu era tua, tu meu e amávamo-nos!

(amor?! Que palavra tão estranha!)

Lentamente, mas muito facilmente, fui encaixando cada pedacinho desta carapaça, cada peça desta armadura indestrutível, forte, dura e inatingível (julguei)! Roupas desgastadas, velhas, não as minhas (embora as minhas sejam piores)! Maquilhagem para esconder toda a tristeza incontrolada!

Pronta!

Para não ser eu! Para ser alguém que quis ser um dia (não há muito tempo).

Acenderam-se as luzes, as cadeiras pululavam de uma glória contida para o derradeiro final!

A tua mão agarrou a minha num medo diferente, de uma forma como nunca o fizeste… Falei-te, dei-me… fui a tua mulher! Prendi uma vez mais lágrimas que queriam fugir (não sei mais porquê, se por mim, se por ti, por nós ou simplesmente pela mágoa incontrolável do “hoje”)!

Abracei-te e por momentos fui, fomos o que tanto quisemos ser! Senti como se me prendesses naquele abraço incontrolado onde ambos tremíamos como quem não quer largar mais… Sei que nos demoramos um segundo mais neste abraço do que era normal (mas o que é o normal afinal neste rio que não parece comandar vida nenhuma para lado algum?!)

No fim eu disse, como tinha que ser, como ditava o guião daquela peça estranhamente familiar… disse-te com os olhos, com um simples olhar, como qualquer mulher diria ao seu homem quando sente que este se escapa por entre os dedos: amo-te!

Parabéns! Conseguimos! Fomos por segundos tudo o que quisemos ser por tantos meses! A glória corou-nos, os aplausos ensurdeceram-nos, a peça terminou! Mais lágrimas rolaram…

Inevitavelmente o grito que determinou o fim da nossa glória, determinou também, novamente, o fim do que conseguimos ser por uns segundos apenas!

Filipa Castro

6-1-2007