No silêncio

No silêncio da exaustão
Aninho a alma num regaço doce
Solto a chuva
Rasgo o silêncio
E tu ficas assim
Como sempre pedi que fosse
Em silêncio
Sem dizer nada
Sem uma única palavra
Que me possa fazer parar
Aninho-me assim
Na vontade de sair daqui
De não voltar mais
Aninho-me no cansaço
Que não consigo suportar mais
Na frustração de não querer o que quero
As minhas lágrimas queimam-te
Rasgam-te
Doem-te
Mas tu não dizes nada
Sussurras paz
Silencias a raiva
E ficas sempre assim
No silêncio que nunca ninguém
Pode compreender, se não nós!
Ana Castro