limbo dos sonhos

Porque todos nós sonhamos... nem que seja por um momento apenas!

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Sou apenas mais uma, daquelas que prefere a luz às sombras!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Relato de uma tarde quase feliz: Parte I


Talvez…pudesse ter ficado horas ali! Sozinha naquele banco a imaginar mil e uma coisas! Não mudaria nada, nem tão pouco eu poderia imaginar a realidade! Estava frio e chovia como nunca! Eu molhada, encolhida no banco nu, deixei-me chorar, sem encontrar sequer sentido para o que te queria dizer! Pensei em ir embora, pensei na possível discussão, pensei no beijo… Na verdade, não sabia muito bem o que estava eu ali a fazer!

Quando te vi ao longe… uma vez mais, achei-te belo! No peito, algo começou a saltar descompassadamente, sem ritmo, sem nada… sabia que em segundos iria ter que dizer alguma coisa e não sabia sequer, por onde começar!

Enquanto me perdia nestes dilemas pessoais, já tu estavas mais perto do que o meu cérebro podia suportar para pensar e do nada… abriste a mão e deste-me um sorriso! Na situação presente, era o que menos esperava e logo aí, acabaste por me desarmar por completo!

Num frente a frente, foste abrindo a alma e o coração! Não conseguia muito bem olhar-te, não sei porquê… Acho que tinha medo do que pudesses dizer! Fui ouvindo, comentando e de cada vez que me era obrigado falar, sentia dificuldade em prenunciar as palavras, com medo de errar, de não ser fiel ao que sinto e penso, medo de te dizer algo que te magoasse mais, medo de ser eu a iniciar a tão temida discussão… Sem me aperceber, tu foste-te expondo cada vez mais e à medida que falavas, comecei a sentir o crescente de emoção, até que olhei para ti… o esforço era mais que visível, não querias chorar! Num impulso, avancei para ti no intuito de te abraçar, mas retive-me bem perto, com medo da tua reacção... Apertei as tuas mãos nas minhas! Queria que percebesses que a partir daquele momento, já não me importava mais dúvidas, confusões, não me importava mais que não me esperasses como tua amante, mulher… Naquele momento, só queria cuidar de ti, mostrar-te que não seriam dois meses que mudariam a amizade, a cumplicidade, a proximidade… eu só queria poder evitar, que aquelas malditas lágrimas que via nos teus olhos caíssem! Nunca te tinha visto chorar! Tal como já esperava, senti a tua reticência em que te segurasse na mão, que te acarinhasse o rosto… nesse momento, não estava a olhar-te como amante, estava apenas a mostrar-te o meu carinho, mas compreendi!

Poderiam vir mil conversas, mil insultos, discussões, juras de amor… acho que não trocaria a nossa conversa de hoje por nada! Eu vi-te, sem mascaras, medos… sem nada! Vi-te a ti e tentei mostrar-me! Esta honra, não trocaria por nada!

Não vou deixar de ter dúvidas, não vou deixar de procurar certezas, mas… a simplicidade do nosso, só nosso, momento, encheu-me de um conforto sem fim! Conforto que não quero perder por nada!

Eu vou guardar, cada lugar teu… o teu rosto, as tuas lágrimas, o teu eu! Guardo tudo isto, na memória de um abraço em que eu fui tua e te senti, meu!

Filipa

16-8-2006

2 Comments:

Blogger João Ferreira said...

Ja passou algum tempo desde este dia... Sei bem que na altura li o texto muitas vezes e tentei sempre escrever algo aqui, mas faltavam-me as palavras. Ele retrata um dia demasiado importante para mim, um dia em que, pela primeira vez, tive a coragem de ser o tal "eu", que ha muito andava escondido. Por isto, muito obrigado. Pelo abraço, muito obrigado. Por tudo, muito obrigado! Adorei vir aqui hoje e reviver aquele dia! Muito Obrigado!.. *

2:36 da tarde  
Blogger João Ferreira said...

Torna-se repetitivo, mas aquele dia passou a ser um refugio na minha memória, que procuro sempre que me sinto só... Não sei como te agradecer por me teres deixado chorar, sem fazeres perguntas; por me teres deixado falar, sem me interromperes, simplesmente por teres sido a única pessoa que me fez ter coragem para abrir o livro da minha vida!..

Mais uma vez,
Obrigado!..

4:28 da tarde  

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