Hoje

Hoje quero apenas,
Ser e não ser,
Viver e não viver…
Hoje quero parar,
Parar para respirar,
Para sentir, para ouvir…
Hoje quero escutar,
O sussurro do mundo,
O grito de amar…
Hoje quero sorrir,
Sem saber sequer porquê sentir
Hoje quero olhar,
Sem a triste revolta,
Só pensando em mudar
Hoje quero agarrar,
O viver que me foge por entre os dedos
E agarrar a vida sem ter medos
Hoje quero deitar-me,
Deitar-me sobre a areia molhada
Sentir a maresia do mar,
Na avançada madrugada
Hoje quero fechar os olhos
E ver por entre os sonhos
Na escuridão do firmamento de mente
Hoje quero vasculhar o mundo
Como se fosse uma gaveta
Para encontrar as chaves,
As chaves para ser livre
Hoje quero baixar as asas
Não quero voar, como sempre quis…
Hoje quero abrir a armadura enferrujada,
A armadura que criei em volta do peito
Hoje quero deixar transbordar
Os abraços desesperados que tenho para ti
Hoje quero contar-te
O sonho para ti,
O que queria ver que ainda não vi…
Hoje quero dizer-te
Que “amo-te” não é só para namorados
“Hoje”, quero que seja “para sempre”,
Mesmo que o sempre não exista!


Madalena