Alma na chuva

Sento-me
Num lugar qualquer
Morno
Doce
Suave!
Envolve-me uma redoma de vidro
Perfeita
Límpida!
Suspiro lentamente
E embacio o vidro
Naquele vidro esfumado
(agora)
Cai uma gota!
Tento tocar-lhe
Mas na imperfeição de mim
Não sei mais o que se interpõe
Entre mim e ela!
Deixo que brilhe no meu olhar
Ela desce
Ondula
Requebra
É-se a si mesma!
É só beleza!
Na calma perfeita
Outras gotas esboçam sorrisos
Juntam-se outras
Na ousadia incerta de que o mundo corre
É perfeito este momento
É completa esta solidão!
Quem dera pudesse dissolver a minha alma na chuva
Ser certa como são as gotas
Ser muitas
Não ser só
Ser sem pensar
Ser sem precisar doer
Quem me dera pudesse
Só por um segundo
Só hoje
Dissolver a alma na chuva!
Filipa
9-2-2007
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